sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Homens-de-papel-moeda

Eu realmente não entendo alguns homens, vivem a guerrear, armando situações, criando armadilhas, plantando ilusões... Todos esses homens são homens que prezam outros homens, porém, no cataclisma cotidiano onde o dinheiro e a tranquilidade são almejados, esses homens que dependem dos outros são estupidamente apedrejados.
Os homens que abrem o peito pra lutar contra os seus não faz ideia de que a guerra um dia acaba, e que o único homem que pode restar é aquele que ele está matando.
Não existe verdade, não existe realidade, só existe a vontade e a vaidade, e são por essas gêmeas que esse homem morrerá, as mãos que ele lapidou minuciosamente durante os anos, cuidou até então de somente seu interesse e empurrou contra a parede os que um dia lutaram ao seu lado.
Já houve tempo em que eu tivera pena desses homens-de-papel-moeda, hoje eu só quero que eles afundem de uma vez, afinal, sou homem também, e um dia a bondade e o bom senso dão lugar à raiva e ao julgamento. Não lhes desejo vida longa, lhes desejo morte em vida, cozinhando em fogo lento mergulhados na solidão, e se há algo que o dinheiro possa fazer nessa situação é manter aceso o o fogão e quente as duas mãos, as que se tornaram gélidas no processo de lapidação.

Um drink de veneno à vida.


[Cazuza - Blues da Piedade]

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