sexta-feira, 29 de julho de 2011

Droga?

No nosso mundo, o governo proibiu a droga e marginalizou os seus usuários. Pois eu vou falar do ponto de vista de quem as usa! Já não basta a vida corrida e o cotidiano estressante e eles ainda querem nos privar de alguns momentos de prazer?
Hoje eu ouvi falar que chocolate e internet viciam também, mas vamos lá: chocolate engorda, internet engorda... Droga mata! Correto? Correto, quando seu uso for excessivo.

Você trabalha oito horas por dia, pega trem e ônibus lotado, respira o ar poluído por fabricantes e donos de escapamentos que estão se lixando pra sua saúde. Você come num restaurante que põe salitro na comida, que fermenta o seu estômago por causa do sódio e do nitrato de potássio, além de ser cancerígeno.
Dinheiro pra traficante? A população inteira trabalha pra encher bolso de político!
O que a droga custa R$ 20 no máximo não chega nem perto do valor do imposto mais alto do mundo.
Tudo bem, reconheço que as drogas mais pesadas matam mais rápido, é melhor mesmo ficar com o trabalho que, ao invés de edificar o homem, cozinha corpo e mente em fogo lento.

Porque a maioria dos usuários de maconha são os jovens? Quem pode entender o mundo forçado para qual todos são jogados diariamente? Desigualdade social é o nome da pior droga de todos os tempos, aquela que gera outras "drogas", a que revolta o homem e mata outros pelas mãos do capitalismo. Lei contra a maconha? Porque não fazem uma lei contra políticos que ganham o triplo do que um escravo do governo [que pode ser o pai de quem está lendo isto, ou você mesmo] ganha?
Param aeroportos por causa de um estoque de cocaína, mas não param os jatos e aviões dos filhos da puta que eu sustento, que estão indo e vindo do exterior para se divertir na Disney, enquanto há viciados em crack pelas ruas: considerados o câncer da sociedade, sem casas, sem roupas, sem condições, mas que ninguém move uma mão para tirá-los daquela situação, a não ser a família, claro, pagadores de impostos, escravos do governo, que ainda tem que tirar dinheiro sabe-se lá de onde para pagar a reabilitação numa clínica porca e mal preparada, nada comparável ao caráter de alguns daqueles que estão nos "representando".
Marginalizar o usuário é fácil, tentar entender o porquê da sua situação parece coisa possível apenas pra santo.

É, meu caro, estamos neste mundo pra morrer, e quem tem que te matar é o governo, não se esqueça disso!

Não quero incentivar o uso da droga, e esse papo de apologia pra mim é hipocrisia.
Fecha a conta e passa a régua que eu vou encher a cara!

terça-feira, 26 de julho de 2011

A minha Amy Winehouse

Desde ontem tenho lido muita coisa a respeito da diva contemporânea da soul music, Amy Winehouse, falecida no dia 23 de Julho de 2011.
Ninguém tocou no principal, apenas na causa da morte, levantando piadinhas e conclusões precipitadas, todas, claro, inúteis. Morre uma das estrelas dessa geração.

Pessoalmente, Amy foi a minha droga no momento de maior angústia da minha vida. Ela me consolou e me surpreendeu, e Frank era o disco que mais me deixava maluco, até ouvir Back To Black.

Este disco parecia ter sido feito pra mim, em Amy afoguei angústias, renasci, relaxei, chorei... sinceramente, não sei o que seria de mim sem sua música pra me aliviar o coração naquele momento.



Tenho a consciência de que falo da Amy como uma deusa, mas ainda acho pouco para o que ela me representou, sendo assim melhor ainda, uma amiga muito profunda. Meu piercing foi por sua causa, uma fuga, minha bebedeira foi por sua causa, minhas gargalhadas e traumas foi por ser seu fã, e agradeço a ti por me proporcionar momentos de intensa liberdade, intensa libertação. Já me falaram que sua voz me hipnotizava como o diabo, mas eram frases geradas por ciúmes, pois minha atenção era mais sua do que a de qualquer outro.
Me fascinei pelo seu cabelo, pelas performances, pelo estilo e personalidade... me encantei por aquela artista excêntrica e absurdamente talentosa. Sua voz me tirou de mim e me levou para um mundo seu que compreendeu todo o meu, e fiz dele meu abrigo e descanso.



Ninguém deveria querer saber do que ela morreu, afinal, ela é a artista como um todo e não cabe ao homem julgar a mente e o sentimento de outro. Amy entra para as lendas dos 27 anos, passou e marcou como uma das melhores cantoras desse mundo e acabou sendo como uma de suas referências eram.

Eis a música com a qual conheci Amy:


[Help Yourself]




Sua morte me machucou.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Relógio. Horário. Minuto marcado. Escravo. Na hora. Estresse. Memória.

Ultimamente tenho me estressado mais, ficado mais irritado com as situações e definitivamente mais envolvido com o mundo que me cerca. Minha calma e paciência perderam pro dia-a-dia, pra rotina, pro horário.
Eu nunca quis ser uma pessoa regrada, com horário pra acordar e pra dormir, pra entrar e pra sair. Tenho tesão naquilo que vai contra o manual de instruções diários e não lógicos que seguimos religiosamente.
É que esse negócio de acordar cedo, trabalhar, voltar pra casa, jantar, dormir, acordar, trabalhar... todos os dias, só funciona quando não se tem um objetivo. Eu tenho um objetivo, e não gostaria de ser uma pessoa intolerante, quadrada, como milhões que convivemos por aí.
Mas então, minha insatisfação com tudo e todos foi esquecida assim que conheci a Neli.

Nos encontramos no ponto de ônibus, Neli era uma senhora ativa, que puxara papo comigo sobre o atraso do ônibus e sobre fones de ouvido e o volume da música. Não quis ser daqueles intolerantes que respondem com monossílabos e fogem do assunto, afinal, valia a pena analisar a companhia e me convencer de que compartilhar histórias é sensacional.
Pois então fomos dialogando no ônibus e depois no trem. Ela me contou sobre sua turma no supletivo, as gírias de suas netas, a saúde de sua mãe, curiosidades sobre Jesus, elogiou minha voz e debatemos sobre sedentarismo. Nesse ínterim, citei minhas queridas ex-alunas e sua incrível disposição. De nada nos gabávamos, pelo contrário, até nos despedimos, já em outra cidade, com um beijo e um abraço de velhos amigos e nos desejando boa sorte antes de nos virarmos cada um para seu lado.

Segui sorridente o meu caminho, pensando na agradabilidade de nosso encontro que fizera o TEMPO passar mais depressa e mais leve.
Mais uma vez desafiei o relógio e fiz quase tudo que planejei fazer naquele dia. Já a noite, outra vez num outro ponto de ônibus, conheci Jaqueline.

Jaqueline era uma garota sorridente, de 18 anos, estudante de Psicologia. Perguntou-me sobre o horário do ônibus e então, de uma maneira que nem me lembro, foi me contando sobre sua confusão sentimental em aceitar ficar com um garoto que era paquerado por muitas meninas. Pacientemente a ouvi e, enquanto ela me falava, me bateu um sentimento que há muito não batia, a sensação de maravilhoso mundo em que minha vida estava... só por causa desses momentos, entende? Era sensacional poder ouvir as pessoas falando, ao invés de resmungando.
Aconselhei-a, contei sobre mim e meu trabalho, ela sobre o dela e então um dos ônibus que eu deveria pegar veio, mas o ignorei, esperei o próximo e fui com ela para papearmos um pouco mais.
Tão logo como começara a nossa conversa, acabou. Ela prometeu me contatar nas redes sociais e me contar o desfecho de sua histórias amorosa, e então, parti novamente, com um sorriso satisfeito estampado no meu rosto.

Nessas relações que começam e acabam bruscamente, constatei mais uma vez o quão escravos do relógio somos e que a rotina poda nossa paciência e calma diante de qualquer coisinha que sai do lugar. Temo reclamar demais e agir de menos, pois assim fujo do que acredito. Não arranca pedaço conversar com pessoas desconhecidas, afinal, são apenas pessoas, e são doloridas e deliciosas, assim como eu...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Deus do Capitalismo

Este Deus foi criado pra desviar o ser humano dos seus próprios pensamentos.
Foi criado para controlar as pessoas com uma regra única.
Foi criado para fazer as pessoas orarem, e não se moverem pra mudar.
Foi criado para a propriedade privada e a valorização da produção.
Foi criado para categorizar o ser humano e distingui-los em espécie.
Foi criado para vender produtos e ditar o comportamento.


Fecha a conta e passa a régua que eu vou encher a cara.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Inquietações

O que me inquieta é a falta de bom senso
é a falta de bom tempo,
o excesso de racionalidade.

O que me inquieta é a vaidade,
é a obtusa personalidade,
é a alma e sua idade.
Para onde estamos indo?
O que estamos seguindo?

Tudo perdeu pra humanidade,
que se diz estável,
mas parece afiançável... que saco!

Em tempos de hoje, o podre sobrevive,
a vida entra em crise
e não há possibilidade.

O que todos buscam é a felicidade,
mas ninguém sai da TV,
vá procurar o que fazer!
Vá começar a viver!

São tantas dúvidas,
tantas questões,
e a gente ainda tenta mudar,
mas só perguntar
não vai adiantar,

É preciso lutar
É preciso gritar... e agir!
É preciso ferir e cuspir,
pra mudar, levantar!

"Ta tudo errado" não vai adiantar,
exigir educação, sem mover uma mão?
Isso não!
Onde fica a ação?

Não dá pra plantar o efêmero
e manter-se catatônico,
quem vai mudar o mundo?

Não espere por alguém,
vá você além e mude os outros,
bem aos poucos,
a fim do que pode mudar,
pois não dá mais pra acreditar no
"tudo que tiver de ser, será!".

sábado, 2 de julho de 2011

Amo

Eu amo o amor sereno, estupendo e irreversível, amo o amor que me coloca em tua conexão, o possível. Se amo o amor que me eleva por causa sua, tremo por conta do acaso de minha carne crua.
O homem é o bicho mais interessante-macabro que existe, e você é uma divindade com rosto humano, a fim de disseminar o bem à humanidade e rasgar meu peito de amor. Não és anjo, és maior que isso, és o ser único e célebre, fruto do meu ardor.

Que seria da claridade do meu mundo sem seu raio de luz pra me completar? Você me fascina, és estonteantemente belo e humano; pra mim, o presente que pedi aos céus.
Quero minha vida pra tua.


[Beyoncé - Rather Die Young]